21/11/2016 18h46 - Atualizado em 21/11/2016 19h05
Ex-secretário Wilson Carlos fez exame de corpo de delito na manhã desta sexta-feira (18), em Curitiba (Foto: Fábio Gomes/ RPC )
O juiz federal Sérgio Moro decidiu converter a prisão temporária do ex-secretário de governo do estado do Rio de Janeiro, Wilson Carlos Cordeiro da Silva Carvalho, em preventiva, ou seja, sem prazo para terminar. Ele foi detido na 37ª fase da Operação Lava Jato, batizada Calicute. Além dele, o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e outras seis pessoas foram detidas na mesma ação.
Wilson Carlos trabalhou no governo do Rio de Janeiro durante a gestão de Cabral. Ele era considerado o "braço-direito" do então governador.
No pedido do Ministério Público Federal (MPF), os procuradores consideraram que havia elementos suficientes para justificar a manutenção dele na cadeia.
Entre as justificativas, os procuradores consideraram estranho o fato de o ex-secretário estar desempregado desde abril de 2014, quando Cabral renunciou ao mandato, e mesmo assim manter o aluguel de uma casa no valor de R$ 4 mil mensais, em um condomínio de luxo, no mesmo local onde o ex-governador tem uma casa de praia, em Mangaratiba, no litoral fluminense.
Além disso, segundo o MPF, aponta outros indícios de riqueza que "é incompatível com sua declarada condição de desempregado desde o ano de 2014, revelando claramente que ainda usufrui, via operações rotineiras de lavagem de dinheiro, registro de bens em nome de terceiros e ocultação do patrimônio, das vantagens indevidas amealhadas no decorrer da gestão de Sérgio Cabral no governo do Estado do Rio de Janeiro".
Entre esses indícios estão uma lancha avaliada em R$ 180 mil, feita pelo irmão dele, o pagamento de uma blindagem de carro no valor de R$ 40 mil, feito em espécie, e a compra de uma poltrona de massagem avaliada em R$ 17,3 mil, também paga com depósitos em dinheiro.
"Tamanha movimentação de recursos em espécie foge à normalidade e indica que Wilson Carlos, para ocultar valores de propina recebidos em espécie, optou por adotar mecanismos de lavagem na aquisição de tais produtos, evitando, assim, a via bancária oficial, na qual todas as transações podem ser registradas", dizem os procuradores.
Na decisão que detemrinou a mudança de regime, Sérgio Moro considerou que essas compras podem ser consideradas suspeitas. "Pagamentos vultosos em espécie, embora não sejam ilícitos, constituem expediente comumente utilizado para prevenir rastreamento e ocultar transações financeiras.(...) Difícil vislumbrar, diante dos pagamentos em espécie e da estruturação, motivação lícita para a sua realização dessa forma, tratando-se, em cognição sumária, de expediente possivelmente destinado à ocultação dos valores e para dificultar rastreamento", considerou o juiz.
Ex-secretário de governo de Cabral tem prisão preventiva decretada

Procuradores dizem que há elementos para manter Wilson Carlos preso.
Ele foi detido em caráter temporário na 37ª fase da Operação Lava Jato.
Samuel Nunes
Ex-secretário Wilson Carlos fez exame de corpo de delito na manhã desta sexta-feira (18), em Curitiba (Foto: Fábio Gomes/ RPC )
O juiz federal Sérgio Moro decidiu converter a prisão temporária do ex-secretário de governo do estado do Rio de Janeiro, Wilson Carlos Cordeiro da Silva Carvalho, em preventiva, ou seja, sem prazo para terminar. Ele foi detido na 37ª fase da Operação Lava Jato, batizada Calicute. Além dele, o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e outras seis pessoas foram detidas na mesma ação.
Wilson Carlos trabalhou no governo do Rio de Janeiro durante a gestão de Cabral. Ele era considerado o "braço-direito" do então governador.
No pedido do Ministério Público Federal (MPF), os procuradores consideraram que havia elementos suficientes para justificar a manutenção dele na cadeia.
CABRAL PRESO
Entre as justificativas, os procuradores consideraram estranho o fato de o ex-secretário estar desempregado desde abril de 2014, quando Cabral renunciou ao mandato, e mesmo assim manter o aluguel de uma casa no valor de R$ 4 mil mensais, em um condomínio de luxo, no mesmo local onde o ex-governador tem uma casa de praia, em Mangaratiba, no litoral fluminense.
Além disso, segundo o MPF, aponta outros indícios de riqueza que "é incompatível com sua declarada condição de desempregado desde o ano de 2014, revelando claramente que ainda usufrui, via operações rotineiras de lavagem de dinheiro, registro de bens em nome de terceiros e ocultação do patrimônio, das vantagens indevidas amealhadas no decorrer da gestão de Sérgio Cabral no governo do Estado do Rio de Janeiro".
Entre esses indícios estão uma lancha avaliada em R$ 180 mil, feita pelo irmão dele, o pagamento de uma blindagem de carro no valor de R$ 40 mil, feito em espécie, e a compra de uma poltrona de massagem avaliada em R$ 17,3 mil, também paga com depósitos em dinheiro.
"Tamanha movimentação de recursos em espécie foge à normalidade e indica que Wilson Carlos, para ocultar valores de propina recebidos em espécie, optou por adotar mecanismos de lavagem na aquisição de tais produtos, evitando, assim, a via bancária oficial, na qual todas as transações podem ser registradas", dizem os procuradores.
Na decisão que detemrinou a mudança de regime, Sérgio Moro considerou que essas compras podem ser consideradas suspeitas. "Pagamentos vultosos em espécie, embora não sejam ilícitos, constituem expediente comumente utilizado para prevenir rastreamento e ocultar transações financeiras.(...) Difícil vislumbrar, diante dos pagamentos em espécie e da estruturação, motivação lícita para a sua realização dessa forma, tratando-se, em cognição sumária, de expediente possivelmente destinado à ocultação dos valores e para dificultar rastreamento", considerou o juiz.
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